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Do maiô até o biquíni

Você já se imaginou indo à praia com uma roupa que cobre do pescoço aos pés? Pois é, era assim que as pessoas iam à praia e aos rios na Europa do século XVII, que foi quando a população começou a se dar ao luxo de voltar a frequentar estes lugares para se divertir - já que há pinturas romanas da Antiguidade Clássica que mostram as pessoas nadando e se banhando nuas. Ainda assim, só mais tarde, a partir dos anos de 1820, que as mulheres tiveram acesso ao banho de mar como uma atividade social. E a roupa era exatamente assim: apesar de confortável, ainda era uma roupa que cobria do pescoço aos pés, adequada ao recato exigido do comportamento feminino na época, sem marcar o corpo e sem transparências.

No século XIX foi feito o primeiro maiô, que era uma espécie de vestido usado do ombro até o joelho, além de uma calça que ia até o tornozelo. Esse precursor do maiô marca uma época, mas em nada se parece com a peça que conhecemos hoje, com tantos recortes e estampas que valorizam o corpo. Antigamente, o traje de banho cobria até mesmo os braços e as pernas - era tão grande como a roupa tradicional, apenas apropriada para entrar no mar. Mas, de lá pra cá, associada à luta feminina pela autonomia de decisões, a peça foi encurtada, ano após ano.

Na década de 1920 surgiram os primeiros modelos mais parecidos com o formato que conhecemos hoje, mas ainda cobrindo as coxas. Na década seguinte as pernas já estavam mais exibidas, principalmente pelas moças mais jovens, pois, como sempre, cada geração que chega consegue superar a anterior. E que bom que é assim, não é? O final do século XX foi cenário do crescimento da indústria beachwear, que se utiliza também dos acessórios para acompanhar o traje, como cangas, saídas de praia, chapéus e bolsas, e o maiô é a opção mais adequada para estes looks mais elegantes.

Foi o maiô que deu origem ao biquíni, na década de 1940, além de derivados como o triquíni, uma espécie de maiô com grandes aberturas. E mesmo que o biquíni seja, desde 1960, o queridinho das praias brasileiras, o maiô nunca perdeu o seu posto. Prático e confortável, ele permite nadar e aproveitar a água sem preocupação com amarrações, por exemplo. Existem vários tipos de recortes no mercado, que se modelam e ajustam a qualquer tipo de corpo, e as estampas diversas agradam a qualquer público. Além disso, o desenvolvimento tecnológico possibilitou o aprimoramento da qualidade dos tecidos, que passaram a secar cada vez mais rapidamente.

Dá vontade correr pra praia, não é? Aliás, correr não: dá vontade de ir desfilando!